Quinta, 24 de Abril de 2025
Polícia CUIABÁ

Dois homens envolvidos em extorsão de água mineral morrem em confronto com a polícia

Os distribuidores de água estariam coagindo comerciantes de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Sinop.

20/03/2025 às 15h28 Atualizada em 20/03/2025 às 16h01
Por: Redação
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Assessoria
Assessoria

Dois homens ligados à facção criminosa Comando Vermelho morreram na manhã desta quinta-feira (20), em confronto com policiais militares, durante a Operação Acqua Ilicita, em Cuiabá. Fabio Junior Batista Pires, conhecido como Farrame, e Gilmar Machado da Costa reagiram à abordagem dos policiais durante o cumprimento de mandados da operação que visa desarticular organização criminosa voltada à prática de extorsão e lavagem de capitais, capitaneada por distribuidores de água mineral ligados a integrantes do Comando Vermelho.

Os distribuidores de água estariam coagindo comerciantes de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Sinop. A operação prevê o cumprimento de 55 mandados de busca e apreensão domiciliar, 12 mandados de prisão preventiva, sequestro de 33 veículos automotores e bloqueio de 42 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas.

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (20), no auditório da sede da Procuradoria-Geral de Justiça, integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) explicaram o esquema de extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa desarticulado com a Operação Acqua Ilicita e divulgaram o balanço parcial dos mandados cumpridos. Conforme a força-tarefa, até por volta das 10h já haviam sido cumpridos seis mandados de prisão preventiva e aproximadamente 30 mandados de busca e apreensão domiciliar. Dois alvos da operação foram mortos em confronto com a Polícia Militar. 

As ordens judiciais estão sendo cumpridas nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Sinop. Participam da operação 340 policiais militares e 60 agentes do Gaeco. A entrevista coletiva foi concedida pelo coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Adriano Roberto Alves, pelos delegados do Gaeco Hércules Batista Gonçalves e Bruno de Morais Carvalho, pelo tenente-coronel PM Frederico Lopes e pelo coronel PM José Nildo. 

Conforme o coordenador do Gaeco, a Operação Acqua Ilicita apurou que o objetivo da organização criminosa Comando Vermelho era dominar a distribuição de água nos quatro municípios. Mediante ameaça e constrangimento dos comerciantes, os criminosos impunham que eles comprassem os galões de água de pessoas indicadas pela facção e ainda cobravam R$ 1 por galão comercializado. A pretensão da organização era aumentar essa taxa para R$ 2 em 2025. O valor era então repassado pelos comerciantes ao consumidor final. 

De acordo com os entrevistados, as investigações iniciaram após o recebimento de denúncias anônimas feitas por comerciantes ao Gaeco, com detalhes da prática criminosa. A desarticulação do esquema traz dois grandes benefícios para a sociedade: assegura a livre concorrência e permite que a população adquira o galão de água com preço justo e de mercado. 

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) é uma força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo. O promotor de Justiça Adriano Roberto Alves reforçou na coletiva que as forças de segurança de Mato Grosso estão integradas e trabalhando fortemente no enfrentamento ao crime organizado no estado.

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